" VAZIO "

Já tanto tempo sem do abraço o encanto...

De que nos valem horas sem paixão,

distantes todo instante da emoção

se como desprezadas lá num canto?!...

          Por que perder do beijo a sensação

          pra que este não nos cause qualquer pranto?

          Me fazes falta no viver (e quanto)

          calada agora a voz do coração!

Não mais sorrisos nem conversas fartas...

Sequer a velha sedução das cartas

onde a poesia nos inflava a chama...

          Vazio está o meu viver agora;

          vazio o peito, o sonho lá de outrora,

           a fantasia, o lado teu da cama!!...


©Paulo Braga Silveira Junior - Novembro/2018

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" POEMA "

Deixaste em mim do teu poema feito

entre os gemidos de prazer na cama

seguindo, em versos do destino, a trama

no ritmar do corpo teu perfeito!...

          Sem pretensões de glória, louro ou fama

          só por desejo de um instante aceito

          num suspirar de amor sobre o meu peito

          versaste o gozo ardente em viva flama.

Poesia pura de um momento a dois

que se fez terno e se tornou, depois,

esse remanso de prazer e calma...

          O teu poema em minha pele escrito

          hoje é saudade que a lembrar recito

          no solitário palco de minh'alma!...


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" POR QUE NÃO? "

Não é que queiras paz ou ter espaço

pras coisas que são tuas, tão somente;

às vezes tudo o que se quer pra gente

é um tempo para se acertar o passo!...

          Assim, a ideia vinda em tua mente

          de que o sossego vai ficando escasso

          por si já justifica o teu fracasso

          e o erro, de não se isolar, frequente.

Ficar co'a gente mesmo é coisa boa

e é bom sorrir do nada assim, à toa,

conforme o pensamento, a sós, nos chama

          mas creio não ser nada ocasional!...

          Se tens pra ti um leito de casal

          por que não dividir comigo a cama?!...


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" JÁ "

Menina cor de jambo, flor mimosa,

tão sensual no jeito teu, morena,

bem que podias ser minha pequena,

meu caso, minha cúmplice de prosa!...

          Teu jeito provocante me envenena

          e me seduz teus ares de fogosa...

          Deslumbro-me desta mulher formosa

          que tanto charme em belo corpo encena.

És fruta, Sapoti, doce e carnuda

garota de paixão, voraz, tesuda,

a me atiçar desejo a toda hora...

          Não perca tempo... Vem mostrar-me a dança

          que essa vontade toda que te alcança

          te deixa pronta pra me ter Agora!...


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" PÉS "

Aos pés da inspiração nasce a poesia;

aos pés do ouvido guarda-se o segredo!...

Também, de amor, cumprindo o seu enredo

aos pés da injusta cruz chorou Maria!

          Da Mantiqueira, aos pés, ressurge cedo

          o sol com pés na estrada de outro dia

          e, quando o fim da tarde principia

          se achega, aos pés da noite, o grito e o medo...

São ecos destes passos meus incautos

quando eu firmo os meus pés nos sobressaltos

de amar todo o esplendor de quem tu és...

          Descreio, finjo e assim disfarço em vão

          se como nem houvesse essa paixão

          que faz-me escravo posto ante os teus pés!...


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" JUNTO A VOCÊ "

Meus olhos me condenam sem piedade

ao me fazerem ver toda a poesia...

Por causa disso é que não tem um dia

em que eu não me emocione de verdade!...

          Do passaredo em festa à melodia

          do ribeirão nos cantos da cidade;

          no sol trazendo, ao campo, a claridade

          que sobre o arvoredo se irradia...

É tudo uma expressão de encantamento

que me fascina a alma e o pensamento

o que este meu olhar contempla e vê...

          Poesia é todo o belo em rima feita

          que verso já de cor, sem ter receita,

          e que aprendi a ver junto a você!!...


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" NOVO DIA "

Aquele dia foi triste e cinzento

embora o sol brilhasse intensamente...

O corpo aguenta, mas a alma sente

a despedida imposta no momento!...

          Partistes sem adeus! Tornaste ausente...

          Ficou-me o teu retrato por alento

          pra compensar-me a dor do teu intento

          e diluir a falta contundente.

Eu sou poeta... Eu vivo da esperança

e a crença neste amor inda me alcança

mantendo a fé na aurora de esplendor...

          Há de fazer-se luz um novo dia

          e eu hei de te encontrar nesta alegria

          repleta de paixão e mútuo amor!!...


©Paulo Braga Silveira Junior - Dezembro/2018

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" POBRE TRIGO "

O trigo... Pobre grão de triste história

marcada pelas dores da ilusão...

Trazia afeito e adendo ao coração

seus sonhos de ventura, amor e glória!...

          A vida lhe correu na contramão

          e não lhe deu pra tal qualquer vitória;

          por carga injusta e sina delusória

          se viu por transformado em simples pão!

Pra limpo estar de tudo, foi sugado;

foi peneirado e umidificado,

polido, triturado... Ó, fardo... Veja!...

Da vida, nada disso ele queria!...

Sua alma tão somente pretendia

ser pura, pilsen, bock, enfim... Cerveja!!...


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" ELEITA "

Ah... quanta coisa boa a ser lembrada

e assim guardada junto ao coração

pra que nos viva sempre essa emoção

da história escrita, a dois, na nossa estrada!...

          Instantes nossos de pura paixão...

          Uma menina vindo, na calçada,

          vestida de bolinhas; desejada

          por um menino ali, comendo pão!...

O amor se consumou ao chão, mais tarde;

a chuva vinda mansa e sem alarde

se como a abençoar a entrega feita...

          Viestes, terna, como a luz da lua

          pro abraço, ao teu compasso, linda, nua,

          pra se tornar pra sempre a minha eleita!


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" A CURA "

Pois venhas, sem ter medo algum de nada,

segura de si mesma e confiante...

Tens cá, comigo, o meu amor perante

a força da paixão já despertada!...

          E venhas terna, companheira e amante,

          fogosa, sedutora, enfim, amada...

          És dama, em tudo posto, desejada;

          que tragas a vontade intensa, arfante.

Terás dos braços meus aquele abraço

por refrigério dado em firme laço...

Então, me venhas casta, nua, pura...

          O encontro há de salvar almas perdidas

          aqui dentro de nós, por dor, feridas

          e há de ser pro nosso mal a cura!


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