" PROVADO "

Foi nesta ausência que provei-te o amor

que dentro em mim não vistes verdadeiro...

Por ti tornou-se, em tudo, o derradeiro

desabrochando, na minh'alma, em flor!

          Agora vistes que este arruaceiro

          fez-me o poeta insano e fingidor

          que versa o riso a se esconder na dor

          pra que não mate-lhe, a paixão, primeiro.

Posto a distância o tens agora vivo

ao descobrir que o corpo meu, cativo,

é pelo teu que clama, ao cio, ardente...

          Tu hoje o sabes puro e já provado!

          Talvez na mente o tenhas renegado

          mas quer-lhe, o peito teu, em ti presente!


©Paulo Braga Silveira Junior - Julho/2019

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" POETANDO "

Contigo faço amor como a poesia,

seguindo do momento a inspiração...

Me deixo conduzir pela emoção

que a dança, à pele vinda, evidencia!

          Tem sempre o toque em flama da paixão

          o beijo que ao teu corpo acaricia

          e, no desejo intenso, se inicia

          o apelo que nos faz o coração.

No ritmo e cadência de um abraço,

dois ventres a pulsar num só compasso

se unem como a rima ali se encena...

          Te verso com ternura, frente e verso,

          e dá-me, em teu prazer, prazer reverso

          ao vê-la satisfeita e, em tudo, plena!...


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" FOTOGRAFIAS "

Focado está direto o pensamento

no amor que deu-me, o tempo, por medida

pra tudo o que me encanta nesta vida

e que me toca n'alma o sentimento!...

          Na lente que a poesia traz contida

          se faz a imagem posta-me a contento

          e o que num bom soneto eu represento

          é parte desta história recebida.

Enfoco o belo exposto e a formosura

num pincelar de afeto e de ternura

conforme chega à mente a inspiração...

          És tu quem vejo ali por retratada!

          Os versos meus compostos nesta estrada

          fotografias são de uma paixão!...


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" MENINO "

Um nó preso à garganta e aperta o peito

feito a tristeza, amiga da saudade,

que sem qualquer pudor nos vem e invade

deixando o dia amargo e, ao breu, desfeito!

          É pranto vindo em plena liberdade

          tendo endereço certo e n'alma aceito;

          que se desmancha em lágrimas no leito

          sem ranço de vaidade ou falsidade.

É tão somente a falta, a solidão,

ausência de um alguém, ontem paixão,

que o tempo nos levou pelo destino...

          A minha tem perfume, um doce gosto,

          amor de uma mulher num lindo rosto

          e voz a me chamar de Meu Menino!...


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" DUO MILÉSIMO "

Vem lá dos céus para o poeta a inspiração

se como dado à alma um novo mandamento;

lhe pede a escrita feita a casto sentimento

tal se lhe fosse o próprio verbo uma oração!

          Me fiz fiel ao que me clama o pensamento;

          dei-lhe uma rima e em cada verso pus paixão

          sem me esquecer que a carne pede o coração

          pra dar à ânsia do querer o livramento.

Amar é dom nos enviado pela graça

e quando um homem sua esposa, a sós, abraça

melhor se faz para o casal os dias seus...

          Verso a poesia deste amor que amor é santo!

          Todo o lirismo que aqui trago vem do encanto

          que amar mandou-nos, com paixão, o próprio Deus!


©Paulo Braga Silveira Junior - Julho/2019

Marcando aqui meu Duo Milésimo soneto publicado.

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" FIEL "

Em pleno sol andei pelo deserto

e vi o inferno inteiro cara a cara,

mas quem com ele em vida se depara

é bom que tenha a fé sempre por perto!

          Da disciplina me pesou a vara

          e me feri perante o rumo incerto

          porém, por confiar de peito aberto,

          eu descobri que, o amor, minh'alma sara.

Então firmei meus pés nessa esperança

e crendo como crê toda criança

orei rogando pelos dias meus...

          Eu hoje chego em casa e o pranto é festa

          pois tudo o que há em mim feliz atesta

          que, por amar-me, enfim, fiel foi Deus!


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" IRONIA "

O tempo nos faltava... Éramos fome,

desejo à flor da pele, amor, paixão,

escravos do desejo e da emoção

que, embora farta, nunca se consome!

          Vontade em nós intensa, uma explosão

          com endereço, nome e sobrenome;

          anseio que não tem lá quem lhe dome,

          que nos lanceta a carne e o coração.

E nos fugia, a hora, em correria;

o espaço a nós nos dado em meio ao dia,

ou mesmo à noite, instantes tão supremos...

          Perdemo-nos no fim, por ironia;

          findou-se a prosa, o riso, a sintonia...

          O tempo temos nós, mas não nos temos!


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" ÍMPAR "

Mulata a fez, marrom, cor de pecado,

com fartos seios e quadris, mui bela...

A outra, então, loirinha, tez singela,

formou-a esguia, em corpo bem moldado.

          À ruiva, deu-lhe um toque de canela

          e sensual paixão... Um bom bocado!...

          Fez, da morena, um fruto adocicado;

          mistério e charme concedendo a ela.

Olhei-as no jardim desta existência

sem dar, a qualquer uma, preferência...

Nenhuma pareceu-me um esplendor

          até que o Criador te pôs-me à vista;

          de todas as belezas postas, mista.

          Tu és aquela a quem devoto amor!

          

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" HERDEIRO "

Eu me tornei poeta no abandono,

nas perdas incontáveis desta vida

pois que, da minha história pretendida,

sequer por um instante eu lhe fui dono!

          Não que a paixão se fez por extinguida

          porque de amar ainda perco o sono,

          mas me perdi de mim nalgum outono

          pra que a minh'alma fosse redimida.

Eu verso os sonhos de outrem, seus anseios,

amores, mágoas tantas, fé, receios,

se como meus o fossem... Mas, não são!

          Nem sei se amei do jeito verdadeiro;

          retrato o amor dos outros por herdeiro

          do que me fala n'alma a inspiração!


©Paulo Braga Silveira Junior - Agosto/2019

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" ÚMIDAS "

Cai úmida garoa sobre o dia

qual fosse um pranto lá dos céus vertido;

silente o tempo molha-se perdido

nas gotas tristes desta chuva fria!

          De dor bem dentro d'alma ele vestido

          descobre o olhar de paz que lhe sorria...

          Dos olhos, também úmidos, se via

          ter ela muito haver paixões sofrido

e se encontraram à força do destino

tomados de um amor tão repentino

sequer imaginado se verdade...

          Sedento ele a invadiu ardentemente

          pois ela se entregou, úmida e quente,

          sem lágrimas, pudor ou castidade!


©Paulo Braga Silveira Junior - Agosto/2019

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