" AMOR MAIOR "

Tua alma segue triste, atormentada

por pensamentos negros como a morte

e julgas não haver quem mais se importe

com teu sofrer aqui nesta jornada!...

          Teu peito clama ajuda, um braço forte

          capaz de dar-te alento à caminhada

          e segues cabisbaixa, angustiada,

          te condenando ao caos da própria sorte.

O medo te consome e a insegurança

roubou-te todo o sonho de criança...

Há trevas, do teu mundo, em derredor...

          Mas, olhe para a cruz... Aquele Cristo

          amou-nos como ninguém mais!... Por isto

          há vida nEle num amor maior!...


©Paulo Braga Silveira Junior - Maio/2019

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" PELA VIDA "

Refugo-me do ego... A dor aceito

apenas pra dizer-lhe que é insana

e logo após, liberta a fé profana,

arranco-lhe de vez, sem dó, do peito!...

          E, mesmo no clamor que a carne ufana,

          ciente de que amar é o meu defeito

          desfaço-me do anseio; em paz de deito

          seguro à solidão que, enfim, se emana.

Desnudo-me de mim... Lanço-me ao pó,

desfaço da garganta, preso, o nó

e grito ao cosmo o apelo ao bem do amor...

          Invada-me a paixão... Pulse-me a vida

          e nunca seja, a Graça, preterida

          mas cubra-me, o viver, do seu fervor!...


©Paulo Braga Silveira Junior - Maio/2019

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" ACEITAÇÃO "

Num dia bem, num outro não! Vou indo

sabendo que a vitória é o fim da estrada

e que esta vida, um tanto conturbada,

termina, enfim, na paz de um sonho lindo!...

           Batalhas perco, às vezes, na jornada

           mas vejo o meu destino em tudo agindo

           e sei que quando for, meu prazo, findo

           o sol há de brilhar nova alvorada.

O que me espera é vida e vida plena

banhada de alegria e luz serena

e eu hei de me tornar pra o que fui feito...

           Num dia bem, num outro vou nem tanto

           mas, mesmo que em sofrer, tristeza e pranto

           o que me vem do Pai, sem medo, aceito!


©Paulo Braga Silveira Junior - Junho/2019

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" INTERCESSÃO "

Dessa alma inquieta em mim ouço o clamor

a me agitar o instante, o sentimento,

a atormentar por hora o pensamento

entregue à voz que o fere em seu clangor!...

          Sem rumo o tempo passa a passo lento

          não tendo pressa alguma, em seu langor,

          para estender a mão a meu favor

          e segue, ao que me aflige, desatento.

O anseio dentro em mim dobrando a aposta

investe crendo que não tem resposta

a tal questão que impõe-me o coração...

          Descreio... Jogo os dados... Lanço à sorte

          pois creio que dos céus há quem se importe

          e, atentamente, acode-me a oração!


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" VOLÚPIA "

Se achega mansamente e sorrateira

num pensamento exposto ao seu fervor

e vai nessa crescente ou como for

tomando o corpo, da agonia, à beira...

          É pura inquietação, suor, calor

          tal como se abrasando a carne inteira

          pedindo uma carícia costumeira

          pra aliviar da pele o seu clamor!...

Incêndio do querer... Fogo na mata

que, mesmo combatido em tempo, mata

se não pelo fervor, de gozo intenso!

          Clamor que dentro d'alma é caos, paixão,

          um grito dado a sós no coração

          a conjurar do amor prazer imenso.


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" PERDIDO "

Talvez nem saiba ou tenha compreendido

que fiz-me como pude o cara certo

pra estar de ti, como assim foi, por perto

no tempo que se fez por concedido!...

          Mostrei-te os erros meus, de peito aberto,

          por que, por teu amor abduzido,

          eu me tornava alguém melhor, querido,

          aos braços teus, pra todo o bem, desperto!

Me fiz do teu sorriso, teu encanto,

e me amadureci da luz, porquanto

brilhavas para mim toda a alegria...

          Não sou ninguém, agora, aqui perdido

          pois que me sangra o peito ora ferido

          sem ter do amor que já me deste um dia!


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" RARA "

Olhaste-me sutil, meio de canto,

um tanto quanto estando envergonhada

mas eu, toda a atenção pra ti voltada,

deixava-me banhar do teu encanto!

          Por certo não estás acostumada

          a ser despida assim, bem sei, porquanto

          te vejo protegida em teu recanto

          da plena timidez que te resguarda.

Enrubesceste aos olhos meus ciente

que exposta ao meu olhar, bem frente a frente,

por certos estavas, mesmo, toda nua...

          Poesia és para mim, tenha a certeza.

          Poetas sabem ver quando a beleza

          é rara e especial quanto esta tua!


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" PARTIDO "

Foi bom te ver de novo... O beijo, o abraço,

andarmos novamente lado a lado,

mãos dadas tendo, o olhar, enamorado

sem ter, de mágoa ou dor, sequer um traço!

          Sentir meu peito ao teu assim, colado,

          ouvir os corações num só compasso...

          Saber que se mantém num firme laço

          o que feliz nos foi, na vida, dado.

O brilho dos teus olhos, teu sorriso,

o afago ao corpo meu (quanto o preciso...);

rever, quão bom me foi, teu rosto amigo!...

          No instante de ir embora, em despedida,

          chorou meu coração a tua partida...

          Partiu o amor em mim... Seguiu contigo!


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" CONSCIENTE "

Embora temeroso e ainda assustado

perante a estrada posta à escuridão

bem sei que o que me espera é a solidão

de quem não soube amar nem ser amado!

          Prossigo atento ao som do coração

          e, ao que me diz, firmado e devotado

          pois quem me viu por erros derrotado

          jamais ouviu-me a voz em oração.

Somente essa minh'alma me conhece

e pelo meu futuro se entristece

ao ver meus passos dados rumo à sorte...

          É meu quinhão à espera do destino

          pois, do poeta em mim, inda menino,

          ninguém mais há que dele, enfim, se importe!


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" UMBIGO "

Do umbigo a cicatriz ao corpo exposta

nos tem por certo a ideia e a intenção

de ali deixar recado ao coração

se não pra nós, a alguém de quem se gosta!...

          A marca tem por certo a pretensão

          de recordar na sugestão proposta

          que a sina, em toda a humanidade posta,

          recai ao erro exposto desde Adão.

Rompeu-se a comunhão... Há morte agora!

Já desde o nascimento o homem chora

a vil separação que deu-lhe, a vida...

          Assim, o amor... Por vezes parte embora

          e a cicatriz do parto em nós se ancora

          pra nos lembrar que dói toda partida!...


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